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O poder de uma dungeon bem construída

Foto do produto Dungeon Modular de Parvus Miniaturas

Por: DM Varzão @tendaarcana

Parte importantíssima de uma boa aventura de RPG, a dungeon assume, por muitas vezes, o coração de uma grande jornada, sendo o ápice de uma sessão de jogo. Criar uma dungeon bem elaborada e funcional pode mudar a percepção de sua aventura, indo de uma simples “narração com escolha de caminhos” para um verdadeiro desafio cativante.

Muitas vezes, esses locais são deixados como recurso final do jogo, apenas servindo de local onde o grupo encontrará o inimigo maior, seus tesouros e recompensas. Mas essa é uma percepção, ao meu ver, simplista demais. Neste texto vou te mostrar que uma dungeon bem elaborada, por si só, já oferece horas de diversão e desafio.

Mas por onde começar? Em primeiro lugar, devemos entender que uma dungeon não quer dizer necessariamente um calabouço em si. Esse termo passou a ser utilizado, ao longo dos anos, pra se referir a qualquer tipo de local de exploração nas aventuras de RPG, seja a masmorra (em inglês, dungeon), ou até mesmo castelos, fortalezas, complexos de cavernas, tocas de criaturas gigantescas e outros locais igualmente interessantes, mortais e desafiadores.

Esse local deverá ser, além de tudo, muito mais do que um simples conjunto de salas interligadas por corredores. A partir do momento que você povoa esse local com ideias interessantes, seus jogadores ficarão muito mais engajados e impelidos a explorar aquele local. Entender a história daquele local é primordial para que você consiga trazer vida para ele. De onde ele surgiu? Como ele foi criado? Com que função? A seguir, alguns passos importantes para guiá-lo na criação de uma dungeon memorável:

1 – Eco-sistema

As dungeons precisam ter um sentido de existir. E mais do que isso, elas precisam contar com um ambiente funcional por si só. Trazendo para o mundo real, um bom exemplo disso é um formigueiro (que é praticamente uma mega-dungeon em escala reduzida).

Em um formigueiro, nós encontramos diversas salas e corredores, mas cada um deles com seu propósito e função. Corredores são pensados, em primeiro lugar, como ligações entre as salas, mas também como entradas de emergência, rotas de fuga alternativas, etc. Já as salas, também são áreas com funções específicas. Salas de armazenamento de alimentos, cultivo de fungos (sim, formigas comem fungos!), berçários, sala da rainha, e por aí vai.

Da mesma maneira, os indivíduos desse local representam uma comunidade funcional, onde cada um tem seu próprio papel no funcionamento da colônia. Soldados estão ali pra proteger o local e afastar invasores, operárias trabalham na manutenção e construção, abrindo novos túneis e reparando desabamentos, coletoras buscam os recursos (seja através da caça ou do corte de plantas), fazendeiras cultivam o fungo para alimento, enfermeiras cuidam dos ovos e, obviamente, temos a rainha, que controla todo o local e seus habitantes.

Uma terceira característica de um formigueiro que também pode ser levado em consideração na criação de sua dungeon, são animais de outras espécies que convivem com as formigas: pulgões, besouros e outros invertebrados, que acabam coexistindo com as “donas” do local, por necessidade, simbiose ou pura adaptação.

Com essas três principais características, já podemos criar uma dungeon funcional: corredores e salas com propósitos claros, indivíduos com funções específicas, seres “infiltrados” que coexistem no local. Com informações como essas, os jogadores poderão ter ideias muito interessantes, e com isso, propor cenas que renderão bons minutos de roleplay, facilitando o lado do mestre, pois você poderá conduzir muita coisa do jogo justamente a partir das ideias dos jogadores.

2 – Puzzles e armadilhas

Em uma dungeon, os desafios devem ir além da navegação e do combate. E aqui entram os quebra-cabeças e armadilhas. É importante que esses recursos sejam pensados de maneira a refletir a ideia daquele local de alguma maneira. As coisas precisam fazer sentido (ou pelo menos haver um motivo plausível). Pensa comigo: por que haveria uma armadilha mágica dentro de uma toca de besouros gigantes? Contando que haja um motivo para ela estar ali, tudo bem!

Pensando primeiro nos puzzles, eles podem servir tanto como uma barreira a ser superada (portas com charadas, quebra-cabeças físicos, etc.), mas também como “tempero” no combate final. O primeiro caso é o mais tradicional, em que a marcha do grupo é interrompida por algum tipo de desafio lógico. Mas quero focar no segundo caso: Um combate contra um chefe pode ficar muito mais interessante, quando você coloca algum desafio que vai além da luta em si. Quem sabe, o chefe está em um local alto, inacessível aos personagens dos jogadores, e para que ele seja alcançado, o grupo precisa desvendar algum tipo de quebra-cabeça. Enquanto isso, ele ataca à distância e ainda conta com seus minions, que tentam atrapalhar o avanço dos heróis. Pensar nessa sala do encontro final de maneira criativa vai fazer toda a diferença.

Já voltado para o lado das armadilhas, elas podem estar ali por três motivos principais: afastar, causar dano ou dar alerta. É importante então, elaborar e distribuir armadilhas de maneira estratégica. Vamos voltar ao exemplo da cena do combate do chefe que acabei de citar. De nada vai adiantar um dispositivo de alarme nessa sala, visto que o inimigo tem a visão total do local. Uma armadilha aqui tem muito mais o propósito de causar dano aos personagens.

Você pode utilizar armadilhas mecânicas, armadilhas mágicas, características naturais do cenário que podem ser usadas de maneira semelhante às armadilhas tradicionais (ponte que pode desabar, teto prestes a cair, uma estátua com a base quebradiça, etc.) – Mas lembre-se: é importante que cada armadilha tenha lógica para estar ali. Animais ou feras sem inteligência, por exemplo, não criam dispositivos, mas “armadilhas naturais” podem estar presentes em seus ninhos.

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3 – Exploração dos sentidos

Agora que você povoou sua dungeon de maneira viva e natural, vem a parte da caracterização do local. Lembre-se de explorar todos os sentidos. Descreva cheiros, temperaturas, sons… Tudo isso vai ajudar ainda mais na imersão, e os jogadores conseguirão criar em suas mentes de maneira muito mais eficiente a imagem daquele local. Muitas vezes focamos somente no que os personagens estão vendo, mas isso é um erro que, felizmente, é fácil de resolver. Destaque pelo menos um outro sentido além da visão pra cada local visitado.

4 – Abuse dos materiais visuais

Por fim, enriqueça sua mesa com materiais que ajudem a contar a história daquele local. Seja através de props, cópias físicas dos quebra-cabeças, peças de cenário, miniaturas, imagens de referência, mapas impressos (ou até mesmo um desenho feito na hora), etc.

De nada adianta você preparar um local bem estruturado, conhecê-lo de ponta a ponta, mas não conseguir passar isso para os jogadores. Esses materiais vão lhe ajudar a contar a história daquele lugar, além criar coesão na imagem que cada um dos jogadores tem daquela dungeon. Todos estarão no mesmo local, e isso vai deixar sua sessão muito mais imersiva. Mas principalmente, vai trazer mais diversão, emoção e momentos memoráveis pra você e seus jogadores!

Uma dungeon que conta história

Criar uma dungeon funcional e coerente não é apenas organizar salas e corredores, mas sim construir um ambiente vivo, cheio de significado, lógica interna e oportunidades narrativas. Quando cada parte da dungeon conversa com a história, os desafios fazem sentido e o local responde às ações dos personagens, transformando o local em um palco para momentos memoráveis.

Quando você cria uma dungeon bem elaborada seguindo estes passos, mesmo que seja pequena, ela por si só já é uma grande aventura. Cenas interessantes vão surgir dos desafios variados e ocupar bastante tempo da sessão de jogo. Quem sabe sua próxima aventura não se passe toda dentro de uma única dungeon?

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